Autores que usam as redes sociais para divulgar os livros, Pedro Rhuas e Rômulo Silva ganharam momento em roda de conversa para conversar sobre vivências na mediação de leitura antes e depois do sucesso de comunidades digitais
Na década de 2000, era comum o encontro entre fãs para debater uma obra apreciada. Em alguns casos, uma reunião poderia ter até a participação de um autor — principalmente se fosse nacional ou regional. Ainda que existam atualmente, outra forma popular na época de compartilhar gostos em comum eram os clubes do livro.
Formas de mediações de leitura como essas foram citadas na roda de conversa “’Ora direis, ouvir estrelas!?’ Podcast literário, driveteca, booktok, e outras conexões virtuais” pelos escritores Pedro Rhuas e Rômulo Silva. O momento aconteceu nesta sexta-feira, 11 de abril, às 16 horas, encerrando o IV Encontro de Mediadores de Leitura.
Na ocasião, Pedro lembrou que administrava comunidades no Orkut, quando a rede social ainda existia, conversando com outros leitores. Publicava resenhas e trocava com outros usuários opiniões sobre títulos lidos, o que garantiu parcerias com grandes editoras do país para a realização de encontros temáticos de livros famosos como Jogos Vorazes.
Já Rômulo registrou quando participou de saraus que aconteciam no grande Jangurussu, na periferia de Fortaleza, e reunia pessoas de diversas localidades da cidade, não apenas do bairro. Ele também lembrou, no entanto, que a primeira mediadora de leitura que teve na vida foi a mãe, que sempre teve o hábito de ler.
Na década de 2020, no entanto, os autores se atualizaram e expandiram para outras formas de leitura, ocupando espaços digitais e criando conexões virtuais com seus fãs. Pedro Rhuas, por exemplo, ficou famoso no bookok — como é nomeado a comunidade de leitores na rede social de vídeos Tik Tok. “O TikTok só foi chegar para mim em 2021 quando divulgou o primeiro vídeo de ‘Enquanto eu não te encontro’, revelando a capa e contando minha história como um autor independente publicado pela maior editora do Brasil, a Companhia das Letras”, coincidentemente.
A roda de conversa passou, ainda, por vivências e sonhos dos autores para o universo literário. Rômulo, por exemplo, declarou que sonhos que colheu no futuro iniciaram nos saraus que participaram antes, assim como o de muitos outros que estavam ali, citando ideias de bibliotecas comunitárias que nasceram a partir daquele encontro artístico e cultural. Em seguida, a plateia pode fazer algumas perguntas para os dois nordestinos.
XV Bienal Internacional do Livro do Ceará
Com o tema “Das fogueiras ao fogo das palavras — Mulheres, resistência e literatura”, a XV Bienal Internacional do Livro do Ceará tem como foco principal debatedor a presença de mulheres na linguagem artística. O evento contou com curadoria de quatro nomes importantes: Sarah Diva Ipiranga, Amara Moira, Nina Rizzi e Trudruá Dorrico.
Gratuita, a programação acontece dos dias 4 a 13 de abril, no Centro de Eventos do Ceará, com atividades como palestras e shows, além da famosa feira do livro. Para saber o que está previsto para cada dia, basta acessar o site oficial ( bienaldolivro.culura.ce.gov.br ) ou o Instagram (@bienaldolivroce).
O evento é uma realização do Ministério da Cultura (MinC) e do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), via Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O evento conta com o patrocínio do Banco do Nordeste, Rede Itaú, Cagece e Cegás.
Serviço:
Bienal Internacional do Livro do Ceará
Quando: 4 a 13 de abril, das 9h às 22h
Onde: Centro de Eventos do Ceará – Avenida Washington Soares
Gratuito e aberto ao público
Programação no site:https://bienaldolivro.cultura.ce.gov.br