Foto: Nilo Rocha
Foto: Nilo Rocha

Último fim de semana de Bienal tem grandes nomes e expectativa de recorde em vendas

Sabe aquela história de “na volta, a gente compra”? Os feirantes mais experientes em Bienais garantem que ela é real. “As pessoas ficam esperando pela reta final para comprar”, explica Klévisson Viana, ilustrador e cordelista, sobre a boa expectativa de vendas para essa reta final de evento. A organização espera um público recorde no último final de semana de programação, com o evento devendo chegar aos 450 mil visitantes. Até domingo, a feira deve superar os 410 mil exemplares de livros vendidos, segundo estimativa da organização.

Com programação totalmente gratuita, a XV Bienal Internacional do Livro do Ceará está entre as cinco maiores do País e é considerada a primeira do norte-nordeste. Os dois últimos dias de atividades reforçam a participação feminina na programação, com a presença de nomes como Adriana Negreiros, Micheliny Verunschk e Ana Miranda. Também estão entre os convidados do fim de semana o escritor Lira Neto, que lançou recentemente seu novo livro Mau Selvagem, biografia de Oswald de Andrade, e o ex-jogador Cafu, campeão da Copa do Mundo FIFA de 1994  e de 2022, quando foi capitão da Seleção Brasileira, e que vem à Bienal ao lado da autora Mariah Morais para o lançamento de sua biografia, A Saga Cafu: O Grande Sonho.

Este ano, a feira de livros da Bienal mobiliza 188 estandes e ocupa todo o espaço do Pavilhão Térreo do Centro de Eventos do Ceará, com mais de 13 mil metros quadrados. O número de expositores representa um aumento de 30% em relação à edição anterior. Até a última quinta-feira (10), mais de 250 mil pessoas já tinham passado pelo local, com uma estimativa parcial de vendas de R$7,2 milhões. A movimentação financeira prevista para a edição 2025 pode ultrapassar os R$13 milhões em vendas e negócios. Será o maior valor de todas as bienais

Programação

Na manhã de sexta-feira (11), a criançada se divertiu ouvindo as histórias de grandes escritoras da literatura infantil brasileira. Elas participaram da mediação de leitura “Histórias que encantam a infância”, baseada na obra de Ana Maria Machado, Ruth Rocha e Fátima Lemos. A atividade ficou por conta das professoras Denize Silveira e Letícia Kelly Almeida.

Também pela manhã, o espaço da Universidade Federal do Ceará (UFC) promoveu a roda de conversa “O Programa Cientista-Chefe da Cultura do Estado Ceará em letras e livros”, que reuniu, entre os debatedores, o diretor do Instituto de Cultura e Arte (ICA), Ivânio Azevedo, além dos professores Alexandre Barbalho, da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Ernesto Gadelha, da Coordenadoria de Formação, Livro e Leitura da Secretaria da Cultura do Ceará (Secult/CE). Os participantes apresentaram o programa, que busca canalizar o conhecimento acadêmico para resolver problemas ligados às políticas públicas da própria secretaria e de seus equipamentos culturais.

À tarde, o sarau “Voz de Mulheres” mobilizou mais de 15 escritoras, que ocuparam a Sala Adísia Sá. O encontro foi realizado às 16h30, com microfone aberto à participação do público. Dentre os lançamentos de livros, destaque para uma outra escritora cearense, a professora de Direito Juliana Diniz, atual vice-diretora da Editora UFC, que apresentou o livro “Sob o sol de Lisboa”, às 16h, na Quadra Literária.

O cantor e compositor Eugênio Leandro apresentou, às 20h, na Praça do Cordel, o espetáculo “Cantigas e Romances”. O artista reuniu algumas de suas composições mais populares, celebrando quase 40 anos de carreira e homenageando seus grandes parceiros, como o teatrólogo e pesquisador Oswald Barroso – que faleceu em 2024. “Neste espetáculo, eu revisito também o repertório de companheiros cearenses e outros cantadores do nosso sertão, numa forma de tentar fortalecer esse acervo do cancioneiro popular”, destacou o artista. Compondo a banda, subiram ao palco os instrumentistas Misael Silva (guitarra); Nilton Fiore (percussão) e Sangela Lima, (violão).

Sábado (12) na Bienal!

Os três elementos centrais da proposta curatorial da Bienal deste ano – mulheres, resistência e literatura – pautam uma série de atividades do penúltimo dia do evento. A violência contra a mulher e a importância das vozes e narrativas femininas no combate ao machismo e a misoginia dos nossos tempos pavimentam a mesa “O corpo, o espanto e a fala: escritas de testemunho”, com as escritoras Micheliny Verunschk e Adriana Negreiros, autora de “A vida nunca mais será a mesma: cultura da violência e estupro no Brasil” e “Maria Bonita: sexo, violência e mulheres no cangaço”. O encontro acontece às 18h, na Arena Henriqueta Galeno, com mediação da escritora e antropóloga Glória Diógenes e faz parte da programação da Mesa da Curadoria.

Às 20h, no mesmo espaço, a curadora nina rizzi faz a mediação da mesa “Ancestralidades matriarcais”, com Sony Ferseck, autora indígena do povo Makuxi, Doutora em Literatura pela Universidade Federal Fluminense (UFF), e a artesã e empreendedora negra Yiá Evelane de Yemanjá, que faz parte do grupo Elas do Axé, do Terreiro Ilê Axé Yeye Omin Yo. 

Na Arena Bece, dinamizada pela Biblioteca Pública do Ceará, a educadora e multiartista Fernanda Meireles realiza uma edição especial do Clube de Leitura “Meu Tempo é Agora”. O projeto é voltado para leitoras com mais de 50 anos e que cultivam o amor por partilhar histórias.

No mesmo espaço, às 17h, um encontro com gestoras, gestores e estudiosos da cultura se dará para a realização do debate “Cidadania Cultural – Direitos e Políticas”. Participam da mesa as gestoras Rachel Gadelha, presidenta do Instituto Dragão do Mar (IDM), Giza Diógenes, idealizadora do Festival Internacional de Circo do Ceará, Rejane Reinaldo, fundadora do Teatro Boca Rica, além da socióloga Andrea Vasconcelos, do professor e pesquisador Humberto Cunha e do gestor cultural Luis Carlos Sabadia, diretor do Museu da Indústria do Ceará. O encontro tem mediação de Selma Santiago.

Ceará Adentro

Outro destaque do sábado fica por conta da programação Bienal Ceará Adentro, que promove atividades fora do Centro de Eventos. O escritor e jornalista Lira Neto participa, às 10h, no Museu da Indústria do Ceará, do bate papo “A arte da biografia”. Destacado como um dos grandes biógrafos da atualidade, Lira Neto é autor de obras como a trilogia Getúlio Vargas (2012), Arrancados da Terra (2021) e o recente “Oswald de Andrade: Mau Selvagem” (2025).

O autor é uma das atrações da mesa de encerramento da XV Bienal Internacional do Livro do Ceará, no domingo. Às 17h30, Lira Neto participa ao lado da escritora Ana Miranda da mesa “Linhas de vida: do eu ao outro”, com mediação de Aíla Sampaio.

XV Bienal Internacional do Livro do Ceará

A Bienal Internacional do Livro do Ceará é uma realização do Ministério da Cultura (MinC) e do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), via Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O evento conta com o patrocínio do Banco do Nordeste, Rede Itaú, Cagece e Cegás.

Serviço:

Bienal Internacional do Livro do Ceará 
Quando: 4 a 13 de abril, das 9h às 22h
Onde: Centro de Eventos do Ceará – Avenida Washington Soares
Gratuito e aberto ao público
Programação no site: https://bienaldolivro.cultura.ce.gov.br 

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