Debatedores abordaram as formas de se reinventar e atrair novos leitores existentes no mercado, uma delas sendo a inspiração e atenção à cultura pop mundial
Poderia a cultura pop influenciar e até, de certa forma, ajudar na reinvenção do mercado editorial brasileiro? Este foi o questionamento base para a mesa “Entre fandoms e livrarias: como o mercado editorial se reinventa a partir da cultura pop”, realizada no sábado (12), na Bienal Internacional do Livro do Ceará e que teve como convidados Laura França, publisher da editora Aleph, e Luís Carlos Sousa, editor da Avoante. A atividade iniciou às 10 horas, com mediação de Alexandre de Almeida.
Laura foi a primeira a responder ao tema da mesa, afirmando que esse apoio na cultura pop permite que editoras conquistem outros públicos e os atraiam para o campo da leitura. “Conseguimos conversar com pessoas que estão consumindo muitos filmes, séries; que estão consumindo outros tipos de narrativas e conseguimos trazê-las para a literatura”, elucidou.
Luís Carlos também expôs seu ponto de vista durante o debate, apontando que o “resgate da cultura pop em várias instâncias, como cinema e literatura, tem a ver com essa necessidade pós-pandêmica de nos vermos como uma unidade, a humanidade”. O editor continuou, pontuando: “Quando fazemos o resgate de obras dos anos 1940 ou 1950, acho que vem dessa ideia de nos firmarmos enquanto social mesmo: ‘Ó, tá todo mundo junto no mesmo barco’. A pandemia nos lembrou fortemente isso”.
Perguntas específicas para cada um dos convidados também foram feitas pelo mediador. Para Laura, Alexandre perguntou sobre ficção especulativa e os desafios dos últimos anos. Ela compartilhou que um dos movimentos realizados é a tentativa de expansão do gênero, o que considera “um dos principais desafios”.
“Essa onda da cultura pop, do pertencimento do fã, ajuda bastante, porque você consegue começar a conversar com pessoas que não necessariamente consomem aquilo desde que tinham oito anos, por exemplo. Você não precisa conhecer desde que tinha 8 anos para gostar quando tem 40, 30 ou 20 anos. Para mim, é um desafio legal”, declarou.
Já em uma das perguntas direcionadas para Luís Carlos, foi abordado o momento dos quadrinhos, abordando a questão do mercado cearense e as influências do mercado pop em obras locais. De acordo com o quadrinista, a dificuldade no estado está “em reconhecer a produção do seu próprio material, entender que aquele é um autor da casa”.
A mesa se estendeu e abordou outros detalhes da relação dos autores com o campo literário, como os gostos de leitura. Em seguida, o mediador Alexandre de Almeida abriu para perguntas da plateia, que enriqueceram o debate e garantiram um momento de intercâmbio de ideias, de aprendizado e de diversão.
XV Bienal Internacional do Livro do Ceará
A Bienal Internacional do Livro do Ceará é uma realização do Ministério da Cultura (MinC) e do Governo do Ceará, por meio da Secretaria da Cultura (Secult), em parceria com o Instituto Dragão do Mar (IDM), via Lei Rouanet de Incentivo à Cultura. O evento conta com o patrocínio do Banco do Nordeste, Rede Itaú, Cagece e Cegás.
Serviço:
Bienal Internacional do Livro do Ceará
Quando: 4 a 13 de abril, das 9h às 22h
Onde: Centro de Eventos do Ceará – Avenida Washington Soares
Gratuito e aberto ao público
Programação no s–ite: https://bienaldolivro.cultura.ce.gov.br